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O fim do Magento

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O Magento está chegando ao fim? - imagem: Heide Benser/Corbis

Um assunto recorrente – e que já abordei algumas vezes aqui no blog – é o futuro do Magento. O que podemos esperar do Magento Commerce para os próximos anos? O Magento 2 será lançado, conseguirá manter o mercado de seu irmão mais velho, se converterá em uma realidade? O eBay continuará investindo no Magento e em seu desenvolvimento? Haverá alguma plataforma capaz de destronar o Magento de seu reinado?

Ainda não consegui formar uma opinião pois vejo uma certa ambiguidade na situação. De um lado, muitos desenvolvedores me falam que o Magento 2 será muito melhor que o Magento 1 e que vem sendo desenvolvido num ritmo forte, dentro do esperado para um produto que deve ser finalmente lançado oficialmente no fim de 2015.

Do outro, profissionais da área de negócios me mostram que o eBay vem firme em uma estratégia de desmontar os produtos que estavam sob o guarda-chuva do Magento e que o passo natural seria a venda da operação.

No final de janeiro, um post em um blog mantido por uma empresa de treinamentos, Steve Burge colocou alguns pontos bem interessantes a partir de um outro post, da Kares Baker (Webshopapps, desenvolvedora de soluções para Magento). Primeiro, a Karen mostrou que o eBay está dividindo suas operações e ainda não sabe ao certo como a Magento Inc. se encaixa nisso. Seu grande receio é a paralisação dos projetos, em especial o Magento 2.

Já o Steve foi mais na linha de que provavelmente o Magento possa ser vendido para outra grande empresa. Aliás, essa é a linha que eu acredito ser bem plausível: empresas como Microsoft ou SAP podem comprar a operação como forma de oferecerem lojas virtuais em seus portfólios e agregarem uma marca de qualidade como o Magento.

Mais interessante ainda é um tweet e um comentário no post do Bob Schwartz (ex-presidente da Magento Inc. e meu principal incentivador quando comecei a organizar os eventos de Magento no Brasil) chamando os ex-fundadores para se reunirem e comprar a operação de volta.

Em relação à empresa Magento Inc., acho que esse é realmente o grande ponto: o eBay acabou com a maioria das fontes de receita da empresa, restando apenas as licenças anuais da Enterprise Edition (que já não são uma exclusividade, pois com bons módulos, uma Community praticamente se equipara a uma Enterprise). O eBay praticamente só tem receitas a partir do Magento porque ele desemboca natualmente no PayPal e portanto, dá dinheiro com as transações de pagamento. Para isso, ele não precisa ser o dono do software.

Porém, até agora ninguém quis comprar o Magento (e eu particularmente imagino que de dois anos pra cá, se aparecesse alguém com dinheiro, o eBay venderia). O que mudará nos próximos meses que pode fazer com que uma operação seja bem sucedida?

Movimentação dos concorrentes

Do outro lado, os concorrentes não ficam parados. Alguns meses atrás, falei do Selvana, desenvolvido por ex-funcionários do Magento e que não decolou até agora. Mas outras opções avançaram. O Prestashop acaba de lançar um serviço de loja sob demanda de graça, para pequenas operações, e o software instalável avançou bastante de três anos pra cá. O Shopify continua avançando nos Estados Unidos e novas plataformas locais tentam abocanhar suas fatias de mercado, como o BigCommerce, na Austrália, e o Shopware, na Alemanha.

Por que então o Magento não perde espaço se os concorrentes avançam? A primeira parte da resposta está no próprio mercado que segue em expansão. Ainda não estamos nem na metade do que o e-commerce poderá atingir se pensarmos que a maioria da população ainda não compra online regularmente. Como o mercado avança, o bolo cresce e a estagnação do Magento não é sentida com tanta força.

Mas a grande resposta está na fama do Magento: é uma plataforma robusta, mesmo sendo já antiga, com sete anos de vida e sem grandes avanços desde a versão 1.6. É completa, no sentido de ter a maioria das funções que a média das lojas precisa e pode ser estendida com módulos gratuitos e pagos. Pra completar, é vista como gratuita, sem a necessidade de nenhum custo de licença o que permite que lojistas economizem dinheiro na implantação, desde que sejam bem assessorados ou busquem o conhecimento necessário. Praticamente, com a estrutura que o Magento fornece hoje, ele garante por si só mais três a quatro anos de mercado, sendo lançado ou não o Magento 2.

E se o Magento 2 não for lançado?

Aí acredito que infelizmente, o fim do Magento está decretado. Não porque o Magento 1 não servirá mais, que fique bem claro, mas porque isso será uma propaganda negativa sobre a marca e porque os concorrentes encararão isso como sinal verde para avançar sobre ela. Não gosto de fazer previsões mas é importante que você tenha esses pontos claros em sua mente, especialmente se for começar a trabalhar com Magento hoje. A plataforma ainda tem chão mas não espere que você viverá para sempre colhendo seus benefícios. O plano B deve estar sempre fresco na mente.

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