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O que é ser empreendedor?

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O que é ser empreendedor? - imagem: Echo Cultura/Getty ImagesNormalmente, o começo de ano é uma época em que as pessoas estão mais abertas a sonhar e querer ousar. Passadas as festas de fim de ano e a limpeza de tudo aquilo que não deu certo nos últimos doze meses, o velho sonho de independência volta a pulsar mais forte dentro de nossos corações. As pessoas decidem: “quero ser um empreendedor, quero ter meu próprio negócio“; a partir daí, lançam-se nessa nova empreitada e experimentam mudanças em suas vidas. Mas a pergunta é: “o que é ser empreendedor?“. Ser empreendedor é apenas abrir um negócio? Ser empreendedor é livrar-se do chefe? Ser empreendedor é ter uma luz especial e criar alguma coisa realmente nova?

Hoje eu me considero um empreendedor mas por muito tempo não sabia sequer que essa palavra existia. Com 22 anos, eu tinha uma empresa e já havia feito muita coisa errada nela quando soube o que era “esse tal de empreendorismo” e quais eram os comportamentos e atitudes esperadas de um empreendedor. Como isso fez parte do meu aprendizado, não me lamento, mas talvez se tivesse descoberto antes e começado a treinar minhas habilidades, muitos erros poderiam ter sido evitados. Ainda não tenho uma opinião formada sobre o que é e o que não é ser empreendedor, mas para montar esse post, baseio-me nos meus 15 anos de experiência profissional e em bons autores como Fernando Dolabela e José Dornelas, que possuem ótimos livros e recomendo sua leitura.

Para entendermos o que é ser empreendedor é preciso quebrar alguns mitos e trazer à tona alguns conceitos. O primeiro é que eu não acredito que qualquer pessoa que abra uma empresa possa ser chamado de empreendedor. Quem abre uma empresa ou começa um negócio ou mesmo herda uma operação é um empresário, é um dono de empresa. Se ele for um bom gestor e tiver um bom time, sua empresa irá crescer e gerará lucros mas isso não faz dele um empreendedor. Um empreendedor tem paixão pelo negócio e quer tornar sua operação única, quer implantar seu DNA e sua cultura na empresa que criou ou que ajuda a crescer, quer deixar sua marca e sua contribuição para uma sociedade melhor.

Olhe para as empresas que você conhece e você perceberá que é fácil encontrar bons empresários, com empresas bem sucedidas, mas que não determinam as regras de suas empresas ou não conseguem contaminá-la com suas crenças. Ser empresário não é ruim mas é importante entender que entre um empresário e um verdadeiro empreendedor há uma grande distância.

Quando você não é empreendedor, a segunda grande crença comum a quem trabalhou a vida toda como empregado é que ser empreendedor permite que se trabalhe menos e não tenha que aguentar um chefe. Nada poderia estar mais distante da realidade já que quando se empreende, seus horários deixam de ser rígidos para serem determinados pela sua empresa e ao invés de ter um chefe passamos a ter diversos chefes, também chamados de clientes. Quando se troca de posição e passa a ser empregador, fatalmente trabalharemos mais e teremos muito mais dores de cabeça do que quando éramos empregados. As responsabilidades aumentam e se as coisas dão errado, não temos em quem colocar a culpa.

Além disso, há um senso comum de que é preciso buscar a próxima grande sacada, buscar criar o próximo Facebook e com uma única ideia ficar milionário. É preciso entender que essas grandes ideias são a exceção e que na maioria das vezes o caminho é fazer várias pequenas coisas, dia após dia, sem medo de que o resultado leve anos para aparecer. Sim, essas ideias e soluções fazem parte da vida do empreendedor mas não são o centro de sua vida e sua carreira. Há pessoas que querem empreender porque têm uma grande ideia na cabeça, uma ideia que vai revolucionar o mundo e que de repente percebem que a ideia não era tão poderosa assim ou que alguém na China já faz ou uma empresa na Finlândia já fez. E aí interrompem sua caminhada por achar que a única chance de empreender era aquela ideia que foi desconstruída.

Indo para o lado de o que é ser empreendedor, as ideias e oportunidades fazem parte do dia-a-dia e não são perseguidas como um alvo, mas como algo natural. Não digo que você deva ignorá-las mas não as procure como quem procura o ar em um ambiente fechado. As melhores ideias que tive sempre aconteceram nos momentos mais inusitados mas foram consequências de um comportamento adquirido. Dou como exemplo o Bargento, a série de eventos sobre Magento que organizo todos os anos. A concepção e estruturação do evento aconteceu durante uma caminhada, em um começo de noite, que não durou mais que 40 minutos. Porém, a base para essa ideia já vinha sendo construída há tempos – eu já tinha experiência prévia com a realização de eventos, até mesmo com o próprio Magento, já tinha um nome conhecido no mercado e já tinha os ingredientes para o formato do evento. O que faltava era justamente o clique, acender a lâmpada sobre a cabeça. Reforço: as melhores ideias e oportunidades aparecerão quando você já tiver os ingredientes em sua mente e estiver em um momento de descontração.

Paralelo a isso, um empreendedor sabe que errar faz parte de sua caminhada e que quando isso não acontece, é motivo de preocupação. Tenho mais medo dos empreendedores que nunca erraram do que aqueles que estão em sua quarta ou quinta tentativa. Errar não é bom – já errei muito, sei o quanto é ruim – mas é necessário e faz com que o empreendedor entenda que não é infalível, que não pode fazer tudo sozinho e que não controla todas as variáveis. À medida que erramos, aprendemos a lidar com os erros e a nos levantar mais rapidamente. Também aprendemos a não culpar os outros e a nos modificar, corrigindo nossos defeitos.

Empreendedores não são super-herois nem tem nenhum poder extra que lhes permita ver mais longe. Há várias características que determinam se uma pessoa é empreendedora como a capacidade de planejar, de prever cenários e se preparar para as adversidades, buscando caminhos alternativos. Um empreendedor sabe a hora de parar pois entende que se aquele projeto não deu certo, há tantos outros para serem abraçados ou que mesmo aquele projeto que naufragou pode ter outro destino em outra época mais adiante. Um empreendedor não é um destemido que assume riscos sem pensar, mas alguém que não fica preso ao chão e que calcula as suas chances de acordo com seus conhecimentos, seu feeling e de como interpreta as variáveis que são apresentadas a ele.

Um empreendedor entende que é preciso mudar a sociedade e isso só pode ser feito se todos tiverem as mesmas chances que ele. Você quer ser empreendedor? Comece agora mesmo, na empresa onde você trabalhar, em sua casa, em sua família, em sua igreja, entre seus amigos. Em breve, você estará mudando muito mais coisas do que imaginava e aí saberá o que é ser um empreendedor!

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