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Escolhendo uma plataforma de e-commerce

Escolhendo uma plataforma paa seu e-commerce - imagem: Lee Wonyeop/TongRo Images

Hora de montar sua loja virtual. Você já fez o planejamento para seu novo comércio eletrônico e está a ponto de escolher qual a melhor plataforma para turbinar suas vendas? Essa é uma parte complicada do processo, com muitas dúvidas e muitos pontos a decidir, quando ainda não se tem muita certeza do que será feito e qual o caminho a seguir. Não vou dar nome aos bois, não é esse o intuito desse post, mas espero que ao final dele, você consiga ter uma noção do que verificar na hora de escolher o sistema para sua loja virtual.

O primeiro grande ponto é o horizonte de seu projeto. Quanto tempo a plataforma escolhida deve durar ou por outra, qual é o prazo até que seja necessária uma reestruturação do sistema e a migração ou atualização para uma nova loja virtual? Se você ainda vai testar o mercado e avaliar se o caminho escolhido é realmente o mais adequado, pode concentrar-se em uma solução mais em conta, menos flexível e sem um longo prazo de garantia. Se no entanto, você já está com tudo acertado e construirá um sistema para 10 anos, é preciso pensar em soluções que possam evoluir junto com o mercado e que tenham previsão para conexão com outros sistemas que surgirão nesse período.

Aliás, 10 anos é um prazo enorme quando se fala de comércio eletrônico. Na média, uma loja precisa ser totalmente reformulada na metade desse prazo. Ainda assim, o sistema deve estar preparado para suportar seu horizonte de projeto, seja um, cinco ou dez anos.

Se você busca soluções mais em conta, a melhor saída são lojas sob demanda, na modalidade SaaS, Software as a Service. Nesse esquema, você aluga uma loja virtual, pagando por mês para ter o sistema, em planos conforme os recursos que você deseja. Nessa linha, normalmente a flexibilidade é limitada – isso está mudando, fiquem de olho – mas você não precisa investir no desenvolvimento inicial e nem na manutenção do sistema, pois isso está incluso na mensalidade.

Quando você busca uma solução de lojas sob demanda, é importante avaliar o quanto seus dados ficam presos ao provedor. É certo que ao mudar de provedor, você não leva a loja virtual com você, assim como não leva um apartamento alugado quando se muda. Mas é interessante verificar quais dados podem ser exportados – clientes, produtos, pedidos, promoções – de modo a entender exatamente o que acontecerá quando você crescer e quiser partir para uma loja própria. Pense também no que pode ser feito e o que não pode e o quanto custa cada uma das coisas que você precisa ter para atender bem seu cliente, caso não estejam incluídas no pacote contratado.

Conforme os requisitos de projeto, você pode buscar uma solução sob demanda de alta performance – planos mais robustos, com mais flexibilidade e recursos à disposição, ainda que contratados por mês – ou a adoção de uma loja instalada em servidor próprio. Se a segunda opção for a escolhida, o caminho é o mesmo das lojas sob demanda, com mais alguns pontos.

Existem dois grandes tipos de sistemas de e-commerce: os de código aberto e os proprietários. Nos de código aberto, o código é livre, conhecido e pode ser alterado por qualquer desenvolvedor, sem a necessidade de recorrer à empresa original. É o caso do Magento e do Prestashop, onde a licença da plataforma é disponibilizada sem nenhum custo, para você fazer o que quiser. Isso não significa que a loja é de graça mas sim que você pode baixar o código e fazer o que quiser, ele é livre.

Os de código fechado ou proprietários não estão disponíveis para as pessoas em geral. Eles são de propriedade da empresa desenvolvedora e instalados normalmente em servidores daquela empresa, sem que você tenha acesso ao código, não podendo modificá-lo e nem levá-lo embora, se decidir assim. Qualquer mudança, correção ou nova funcionalidade depende da empresa contratada que o fará conforme seu próprio plano de negócios.

Ainda que o modelo de código aberto tenha suas falhas, ele segue sendo muito melhor que o segundo modelo pela questão da flexibilidade. Pense naquele horizonte de 10 anos que comentei no começo do post: se você escolhe uma plataforma de código proprietário e investe bons milhares de reais nela, terá menos disposição para refazer tudo em alguns anos. Isso pode acontecer se a empresa contratada mudar a política de preços (elevando consideravelmente os valores), decidir introduzir novos rumos na plataforma (em linha diferente da que você precisa para o seu negócio) ou até mesmo se for vendida para outra empresa, que decida interromper o desenvolvimento do sistema.

Isso pode acontecer também com plataformas como o Magento ou Prestashop. Porém, como o código é livre e deve estar instalado em seu servidor próprio, há total flexibilidade para que você monte seu próprio time de desenvolvimento ou contrate uma empresa para isso. Note que eu falo do sistema como loja própria e não aqueles que fornecem sob demanda.

Depois, avalie quem são os clientes e lojas que usam as plataformas que você separou para avaliar. Veja também como anda o ritmo de atualizações e entrada no ar de novas funcionalidades, além da frequência com que as correções são feitas. Uma boa plataforma costuma ter ao menos uma grande atualização por ano, introduzindo novas funções que respondem aos anseios de lojistas e consumidores. Avalie também o quanto a plataforma está integrada aos serviços brasileiros, como pagamentos, envio, avaliação de sites e quais os recursos disponíveis nativamente e o que deve ser instalado à parte, com o uso de módulos adicionais.

Resumindo:

  • defina o horizonte do projeto: se você vai dar um tiro mais longo, pense na plataforma própria e qual a flexibilidade que ela te oferecerá.
  • se for para uma loja sob demanda, avalie quais serão as condições de saída, quando você crescer e eles não puderem mais te atender.
  • partindo para a plataforma própria, pense em que acesso você terá ao código e quais são as amarras que te prenderão à empresa.
  • na hora de escolher a plataforma, avalie como são as atualizações, qual a estabilidade, quais são os recursos e como ela deve reagir aos avanços do mercado.

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